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Atenção: Essa é uma história verídica e os nomes foram alterados para manter a privacidade dos envolvidos.

Pedro conheceu Maria após ele passar a frequentar mais a casa de sua irmã, que era mais próxima do percurso para seu trabalho. Maria morava na mesma rua da irmã de Pedro e trabalhava numa loja de roupas ali perto.

Pedro tornou-se cliente da loja e acabou fazendo amizade com Maria. Os dois se encontravam na rua com frequência e ficavam conversando sobre vários assuntos.

No aniversário de Maria, Pedro a deu um bicho de pelúcia e flores, mas na intensão de amigo apenas, pois já fazia um tempo que um podia desabafar e contar com o outro. Porém, o namorado de Maria não gostou nem um pouco. Ameaçou terminar tudo com ela e ela disse:
– Então tudo bem, eu não vou deixar uma amizade por causa do seu ciúme.

Naquele momento Maria estava escolhendo Pedro ao invés de seu namorado e terminariam mais tarde por conta disso.
Ela deixou bem claro que não abriria mão da amizade e do carinho de Pedro por namorado nenhum.

A vida seguiu e Pedro e Maria viviam pra cima e pra baixo juntos. Ela ligava para ele para conversar, ele ligava para ela até que os vizinhos começaram a falar dos dois juntos e vieram questionar a irmã de Pedro e a tia de Maria o que rolava entre os dois: namoro ou amizade?

O assunto chegou aos ouvidos de ambos e conversaram sobre o assunto.

– Estão comentando por aí que andamos muito juntos e se é namoro ou amizade? perguntou Pedro.
– É eu sei. Mas e então, é namoro ou amizade? – retrucou Maria.
– Olha, somos bons amigos e nos damos bem assim.
– É, uma vez um amigo meu e eu ficamos, acabamos estragando a amizade. Gosto muito de você, mas não quero perder sua amizade.
– Acho que então é amizade, de minha parte pelo menos é.
– Tá bom então.

Continuaram conversando normalmente e até um possível ficante da Maria entrou no assunto e Pedro insistia que o outro cara estava afim dela, mas ela dizia que era só amizade.

O tempo foi passando e eles foram se afastando. Até que, certo dia, Pedro ficou sabendo pela sua irmã que Maria iria se casar. Ele achou estranho, pois Maria não disse nada e ainda, mesmo não tão próximos como antes, se falavam normalmente.

Houve o casamento, Pedro realmente não foi convidado e mais tarde ficou sabendo o motivo.
Maria não o tinha convidado, pois se casou com o cara errado. Ela não conseguiria dizer o “Sim” com Pedro no recinto.

Alguns anos mais tarde ambos se encontraram no metrô e ela veio até Pedro puxar assunto. Ambos casados, mas o olhar dela tinha o mesmo brilho de antes, quando eram amigos.

– E aí, já teve filhos? – perguntou Maria.
– Não, não dá né!? – Pedro respondeu querendo se referir ao atual momento – e você, tem filhos?
– Também não. Acho que filhos só com a pessoa certa!
Pedro ficou sem ação.

Os dois foram conversando e desceram na mesma estação. Pedro iria numa direção e Maria na outra.
Ao se despedirem Maria deu um beijo em Pedro e um longo e apertado abraço como se não quisesse mais que aquele abraço acabasse.

Eles nunca mais se viram. Maria havia realmente se casado com o cara errado. Talvez ela tivesse ali deixado partir o amor da vida dela, mas que já tinha outra pessoa.
Pedro soube ali, naquele momento que a resposta de Maria, anos atrás, foi “namoro”, mas com medo de afastar ou perder seu amor, contentou-se com “amizade”, acabaram ambos sem a amizade e não vivendo o amor que tinham um pelo outro.