E ela se perdeu em seu próprio caminho
Ela era uma garota tímida, de sorriso meigo, jeitinho de menina num corpo de mulher. Mesmo sem querer e as vezes querendo, acabava se tornando envolvente.
No trabalho os homens tinha certo medo dela, pois ela era o tipo de mulher que dava medo neles. Sempre sincera, não fazia joguinhos, sabia que era bonita, mas não usava a beleza como moeda de troca ou objeto de sedução.
Agia sim por vezes com interesse, dava atenção, se aproximava com um objetivo, sem no entanto se fazer valer de sua aparência.
Tinha um amor, fazia planos com o amado fazia anos, casa, móveis e tudo mais. Mas a vida não quis assim, as coisas não rumaram dessa forma e seu amor foi se esvaindo até não ter mais nada.
Ela dizia não valer a pena a mulher chorar por um homem e foi quando ela chorou, caiu, levantou, não se encontrou.
Decidiu curtir a vida, “ser feliz”, e entre noites, baladas e sorrisos a noite vinha chegando e chegando, ia a engolindo. Ela, sem perceber foi deixando, foi se deixando, se abandonando e dos amigos se afastando.
Dizia que está tudo certo, tá tranquilo, tá favorável, mas a calmaria na praia era a tormenta no oceano.
Entre nuvens e tempestades ela foi indo. Ah menina, você tão bonita, tão gentil, tão especial do jeito que é. Por que quer ser quem não é?
Mesmo assim ela continuou indo e indo e a noite foi a seduzindo, envolvendo em seu caminho até que caminho não tinha mais, perdeu-se a doce menina e seu sorriso. Perdeu-se a mulher, a menina se perdeu.
Ela se perdeu em seu próprio caminho.