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A carência não é de hoje, vem de longe

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Converso com muitas pessoas e quando o assunto “carência” surge, sempre concluímos que as mulheres (na minha opinião homens também) andam muitos carentes. Longe de si mesmos, numa necessidade constante de atenção do(s) outro(s).

Mas, refletindo melhor e analisando a história, percebo hoje que não é bem assim. O tempo, a história diz o contrário.
Desde que o mundo é mundo sempre tivemos crimes passionais, relações motivadas pelo engano mútuo, mulheres e homens que caiam, e caem, em golpes. Tudo regado a altas doses de carência afetiva.

Atualmente temos o golpe do “Don Juan”, onde um grupo (quadrilha) age com o intuito de enganar a vítima que basicamente cai na lábia do(s) golpista(s) achando que achou o “príncipe encantado”.

Há muitas mulheres e homens por aí que se dizem independentes, maduros e seguros, mas isso só vai até o relacionamento acabar. Aí vemos uma dança das cadeiras, uma corrida para não ficar só.

E não fica por aí. Isso ocorre em relacionamentos, em amizades, aquela necessidade de precisar do outro ou que o outro precise de você.

Muitas pessoas fugindo de si mesmas e numa busca desenfreada pela atenção do próximo. Mas isso não é de hoje, não é consequência do comportamento da vida moderna. A coisa vem de tempos remotos, onde líderes se deixavam levar pela paixão cega e mulheres aturavam seus maridos por temerem a rejeição e os olhares a sua volta.
Definitivamente essa carência afetiva não vem de hoje.

Na minha opinião isso é um enorme medo de si mesmo, onde a pessoa procura em outra algo para se preencher sem saber ou sem reconhecer que cada um pode se preencher em sua totalidade de maneira saudável e amorosa.

Claro que não devemos viver no isolamento, não é isso. Porém, mendigar atenção e carinho é triste. Eu diria que é o fim da linha, fundo do poço.
Experimente desligar as redes sociais. Apagar os “likes” e amanhã vai ter gente em depressão profunda.

É muito melhor compartilhar, multiplicar um momento ou uma vida inteira, quem sabe, de aprendizado e alegrias com amor, harmonia. Nada é perfeito quando queremos que tudo seja do nosso jeito, mas tudo é perfeito a medida que merecemos, que reconhecemos que atraímos aquilo que vibramos.

Como eu disse, carência é uma doença antiga da humanidade, hoje só está mais evidente por causa da velocidade das coisas.
Preciamos primeiro nos conhecer e saber quem somos. Pois, se dizer desapegado, despojado, desligado e logo no primeiro momento em que se ver sozinho ou desamparado correr para os braços de alguém mendigando atenção (nota: tem várias formas de mendigar atenção, uma delas é se fingir de desapegado quando na verdade está a todo o tempo pensando na outra pessoa).

Quando a grande maioria das pessoas compreender que isso é nocivo para a vida em geral, poderemos então pensar em nós mesmos, ter relacionamentos saudáveis e realmente compartilhar momentos felizes. Do contrário, seremos só rascunhos de nós mesmos, querendo ser ou que alguém nos seja aquilo que desejamos.

Existem várias coisas que devemos melhorar, mas com certeza, a carência é um mau que, quando evitado, nos trará amizades mais sinceras, amores duradouros e paz de espírito, principalmente!

Cruzando a linha

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Olá pessoal,

Eu gostaria que esse post fosse um cruzar a linha de chegada e da vitória. Talvez seja um dia, mas a história que venho contar não é nesse sentido.
Certa vez recebi um contato através de uma rede social. A pessoa foi se aproximando aos poucos, achei estranho, pois não tenho um perfil pessoal e sim assistencial.

Até aí tudo bem, a pessoa pode ter alguma dúvida não urgente, querer acompanhar seus posts, se interessar pelo assunto, etc.
Essa pessoa então um dia me chamou no chat, fez um comentário sobre um post do Blog que era sobre amor. Eu conversei, dei minha visão, mas nada pessoal. Até que a pessoa foi se abrindo e de repente já estava dando um consulta online.

Legal, o objetivo era esse, poder trocar informação, ajudar de alguma forma, até indicando algum profissional se fosse o caso.
Quando percebi que a pessoa poderia confundir – pessoal aqui vai um adendo: eu trato todas as pessoas com o mesmo carinho, a não ser que já tenha identificado algo ou ocorrido algo, eu dou a atenção que posso, mas se eu fosse postar aqui o número de pessoas que confundem as coisas, teriam um post por mês falando sobre isso  – vide este outro post sobre o assunto,  então eu logo coloquei as cartas na mesa e expliquei que não era isso.

A pessoa disse que entendia, mesmo assim tentou dar uma forçada. Eu dei um corte mais claro, a pessoa disse entender. Mas você já liga o sinal de alerta, pois lidar com sentimentos é algo delicado.
Deixei bem claro com a seguinte colocação: Veja, eu vou te ajudar, mas não confunda as coisas e não estarei do seu lado quando você precisar. Você estará sozinha. Está claro?
A resposta foi “Sim”.

A pessoa disse ter uma doença séria (grave), eu procurei fazer minhas pesquisas e indicar um local dentro da linha de crença da pessoa para poder direcionar melhor e, mente vazia é mente doente, precisamos de um tratamento rápido em que não permita a pessoa se ocupar com negatividade.

Porém a pessoa não quis ir ao local e não estava reagindo bem. Continuei fazendo aquilo que eu podia. Dor não vai embora se você ficar falando nela. O negócio é distrair, animar, falar de outras coisas. Sempre que eu podia estava lá dando atenção sem me envolver em sentimentos.

Até que um dia a pessoa simplesmente exigiu que eu estivesse presente, num momento em que eu não tinha como. Tenho minha vida pessoal, meus desafios, enfim.
Foi aí que a pessoa apresentou um quadro de transtorno afetivo. Eu não sou formado em psicologia, mas um profissional pode dizer melhor sobre o caso.

A pessoa se tornou acusadora e até radial. Disse que quando mais precisou de mim eu não estava lá, me disse adeus e até saiu da rede social.
Eu cancelei a amizade por já nem haver outra pessoa do outro lado e a pessoa voltou em menos de 24 horas e começou a me acusar e atacar dizendo que eu a havia abandonado e que confiava em mim, como se eu a tivesse traído, disse até que não queria viver.

Isso é gravíssimo. E piora quando você não sabe realmente que é a pessoa ou onde ela está.
Descobri um perfil da pessoa que tinha outros conhecimentos e habilidades profissionais totalmente diferentes do que a pessoa dizia ter.

Gente, o que eu disse lá atrás? Foi não conte comigo. Porém a pessoa não quis admitir que estava envolvida emocionalmente.
Infelizmente tive que cortar relação com a pessoa.

É triste não poder ajudar alguém, mas foi o melhor a se fazer. Tenho amigos, clientes e conhecidos na área de psicologia e psicanálise, ela poderia receber ajuda, mas ela não queria ajuda, queria minha atenção.

Então, até mesmo se essa pessoa vier a ler este texto. Não fique chateada comigo, mas não posso brincar com os sentimentos de ninguém e não tem como ajudar se a pessoa realmente não deseja isso. Eu indicaria um tratamento psicológico e um acompanhamento holístico e espiritual para fechar os 3 pontos que identifiquei.

Mas ser o cara que está do lado dando carinho e colo. Da maneira que a pessoa queria, não tem como. Um amigo pode fazer isso com uma amiga. Tenho uma amizade linda assim com algumas pessoas, mas nem todos entendem isso e se torna nocivo para os dois.

Gente, é muito importante aprendermos a gostar de nós mesmos em primeiro lugar. Nos amar primeiro. Pedir a ajuda de alguém querendo receber amor e levar isso para o outro nível, não ajuda, piora as coisas.

Quando você começa a exigir do outro, a cobrar como se fosse obrigação o outro estar lá por você, você não está no caminho da paz e da aceitação, você está no caminho contrário disso e isso não é próspero. Mais ainda ou pior ainda quando o outro já disse que não estaria e você força a barra com algo que não existe.
Gente não existe você cobrar atenção de um amigo ou amiga. As vezes a pessoa pode estar socorrendo alguém, tratando de um assunto extremamente delicado ou até cumprindo uma promessa que fez a outra pessoa de estar em algum lugar. Você não sabe o que acontece do outro lado e não pode exigir.

Nem Deus pode te obrigar a fazer alguma coisa, pois Ele violaria a sua própria lei do livre arbítrio. Quando alguém toma essa atitude, ela se torna invasiva e controladora. Isso deve ser cortado rapidamente antes de se tornar compulsivo, pois obsessivo já está.

Meus vídeos estão no canal do YouTube, os textos aqui no Blog, mensagens, etc. A pessoa dessa história disse que tinha visto e lido. Eu recomendaria que lesse novamente e prestasse mais atenção no conteúdo, em todo momento eu associo prosperidade a cura e desapego.

Eu tenho carinho pela pessoa da mesma forma, mas não tenho atração nem nada disso. Procuro ao máximo, ainda que com meus defeitos, ver o melhor de cada um, encontrar algo de sincero e apaixonante em cada pessoa, pois cada um tem sua mágica, mas sempre com respeito, e criando limites se necessário, sem criar laços físico/afetivos de forma a confundir as coisas. Pois o objetivo é aprender e compartilhar, evoluir, mostrar que podemos sim ter carinho uns pelos outros, mas cuidado com a carência e a fantasia projetada no outro.

Desejo que ela encontre seu caminho de autoestima, cura e felicidade. Assim como para quem leu até aqui e viu alguém semelhante ou se identificou, não coloque no outro a culpa por seus desafios. A vida vai lhe dando sinais, você tem sempre uma escolha sadia. Eu fiz a minha e sou grato pela amizade enquanto durou e guardo os momentos alegres.

Um grande abraço e até a próxima!