Confundindo sentimentos
Certa vez conversando com 2 amigas uma delas fez uma pergunta, na verdade já era a segunda ou terceira vez que ela fazia uma observação do gênero, tipo: você sempre fica conversando assim com as meninas?
Como para bom entendedor pingo é letra, é claro que ela quis dizer que eu estava flertando com ela. O problema é que não estava. Mas isso é um bom exemplo de que julgamos as pessoas.
Somos pessoas que, ao longo dos anos, vamos passando por experiências e criando conceitos e determinados tipos de padrão, é a chamada perda da inocência. Porém, desde cedo temos que passar por situações em que acreditamos ser uma coisa quando na verdade é outra.
Quando acreditamos ser uma coisa e é outra, aí confundimos nossos sentimentos e podemos acabar trocando os pés pelas mãos. No mundo de hoje, com tantos recursos tecnológicos, é muito mais fácil alguém criar um perfil idealizado da outra pessoa e passar a imaginar coisas em relação a outra pessoa. Pessoas que estão mais acostumadas e acham natural ter um gesto de carinho com outro acabam frequentemente sendo taxadas.
Uma mulher que tenha passado por uma situação dolorosa com um parceiro, por exemplo, logo mostra seu escudo a qualquer gesto mais afetuoso, pois já julgou a situação e projetou no outro um possível relacionamento. Geralmente o recado é: olha, eu não quero passar por isso ou por aquilo.
A famosa vacinada contra tudo. Mas será que é mesmo?
Essa couraça pode muitas vezes esconder uma tremenda carência. A pessoa que se defende está confusa e não sabe exatamente o que sente e isso ocorre porque criamos um padrão de atitudes que levam a crer uma coisa quando na verdade é outra.
O que eu tive que fazer foi esclarecer, antes da pessoa concluir seu pensamento, que eu não tinha o menor interesse nela. E veja que interessante, a pessoa muda o canal e entra no ego, ficando decepcionada.
Mas e daí?
Bom, se você é uma pessoa que abraça de menos, conversa pouco e se sente por vezes só, você fatalmente vai se tornando uma pessoa carente e totalmente vulnerável a confundir seus sentimentos e julgar errado que está a sua volta. Ou seja, você se protege tanto que vai cair na lábia de um cara que quer justamente te enganar.
É engraçado né? Mas parece que um atrai o outro.
Isso traz relacionamentos onde se imagina o que seja a outra pessoa, quando não é isso. Aí vira um relacionamento baseado em mentiras, um ideal do outro que não existe. Pura ilusão.
Uma projeção do seu amor próprio no outra, a necessidade de receber carinho, atenção ou até mesmo do outro ser algo que você imagina ou quer que ele(a) seja.
Até mesmo para cortar qualquer ameaça de flerte a pessoa precisa imaginar algo, para se previnir. Mas e se não for isso? E se a pessoa só estiver sendo realmente sua amiga(o)?
Creio que você vai perder a amizade, pois o outro vai te achar uma pessoa imatura. Algo bem próximo da época em que pegar na mão engravidava.
Mas é aí, como você está? Tem confundido os seus sentimentos? Está realmente compreendendo as pessoas a sua volta? Sabe quando o cara está afim de você, quando está flertando com você ou não consegue distinguir quando ele te trata com o mesmo carinho que trata a mãe e a irmã dele?
Nem sempre ouvir um “Eu te amo” está relacionado a “Quer casar comigo”, mas pode querer dizer “Você é uma grande amiga ou grande amigo”.
E você homem, como andam seus sentimentos, ainda se apaixona pelo lindo sorriso no elevador, aquele que quis apenas dizer “Bom dia colega que eu nunca vou sair pra balada”, e você pensou “Quero ser sua para sempre”.
É amigos e amigas, postem seus comentários, fiquem a vontade, ou pensem em seus sentimentos, estão cuidando deles para não ficarem carentes?
Um abraço fraternal e sem nenhum flerte a todos!!! 😉
Cruzando a linha - Lilo Rodrigues
3 de março de 2016 @ 18:57
[…] aqui o número de pessoas que confundem as coisas, teriam um post por mês falando sobre isso – vide este outro post sobre o assunto, então eu logo coloquei as cartas na mesa e expliquei que não era […]