compaixão

Um dia, numa tribo, um jovem guerreiro queria desafiar os perigos da floresta para provar seu valor.
Pediu então ao cacique que o enviasse para uma missão de caça, queria caçar o maior animal que existisse.

O cacique negou o pedido e disse:
— Terá primeiro que aprender com os 3 lobos.
— Mas como? Devo caça-los e traze-los, assim o farei.
— Não vai caça-los, não pode. Acabará morto. Deve aprender com eles.

Os lobos eram os animais mais temidos da região. Mesmo assim o jovem guerreiro aceitou o desafio e partir.

O jovem se perguntava “o que iria aprender com aqueles animais”, estava ansioso, querendo resolver logo a situação.
Mas não os achava. Passou dias procurando e nada. Já estava quase desistindo quando notou algo diferente entre as folhagens. Era um lobo.
Parecia estar sozinho, mas eles nunca andavam sozinhos. Quando percebeu ter sido notado, recuou, e o jovem então foi atrás pela floresta.
Iniciou uma perseguição, atirou flechas, mas não acertava, o terreno acidentado e as muitas árvores atrapalhavam.

O lobo foi em direção a uma clareira, era o momento crucial quando se deu conta que não era ele quem estava perseguindo o lobo, mas ele estava sendo atraído pelo lobo.
O jovem guerreiro tinha se tornado a caça.
Parou imediatamente e viu outros 2 lobos fechando o cerco um de cada lado. Aquilo que era determinação tornou-se medo, sentiu o ar pesado, parecia que suas pernas pesavam.
Decidiu voltar. Correu o máximo que podia e os 3 lobos atrás dele não desistiam.
Começou a imaginar que ia morrer a qualquer momento, saiu em direção a uma montanha, cheia de pedras e difícil acesso. Começou a escalar, pois os lobos ali não iriam.

O jovem estava exausto e cercado. Dar a volta pelo caminho que tomara não o levaria de volta para casa. O único caminho de volta era passar pelos lobos.
Passou meses tendo que caçar e comer com os lobos espreitando. Até que um dia, quando menos esperava, o segundo lobo conseguira chegar até onde ele estava.
Ao fugir, ele escorregou numa pedra e ficou pendurado numa pedra. O lobo não podia ataca-lo sem que ele caísse, então desistiu do ataque e recuou.

O jovem teve que usar todas as suas forças para escapar daquele lugar. Teve que aguentar 2 dias ali, entre as pedras.
Conseguiu descer, ao perceber que os lobos tinham ido embora.
Precisava voltar para casa. Queria voltar.

Já na caminhada de volta, muito machucado, cansado e com sede, parou no rio para beber água. E deu de cara com o terceiro lobo. Este o encarou, bem nos olhos e o jovem já sem forças para fugir ou lutar, simplesmente ficou ali esperando o ataque fatal.
Fechou os olhos e começou a lembrar dos irmãos de sua tribo, mas ao não sentir nada, abriu os olhos e o lobo tinha desaparecido.
Com lágrimas nos olhos o jovem guerreiro bebeu a água e reuniu forças para voltar a sua tribo.

Chegando lá, muito debilitado que estava, foi visitado depois de alguns dias pelo cacique que o questionou:
— Então jovem guerreiro, o que encontrou na floresta?
— Muitos desafios. Achei que ia morrer.
— Errado. Pense melhor para responder.
O jovem não entendia. Então o cacique começou.
— O primeiro lobo, o que ele fez?
— Me atraiu para uma armadilha.
— Não. Te ensinou que amizade sempre vence. Mas diga, o segundo, o que lhe ensinou?
— A cansar a sua presa!?
— Não. Te ensinou paciência, para saber o momento certo de atacar e desistir quando não é mais possível obter êxito. Fale sobre o terceiro.
— O terceiro, parecia um fantasma. Não sei porque ele não me devorou.
— Não sabe? O terceiro lhe ensinou compaixão. Você não precisa destruir alguém para saber que é mais forte e só quem é realmente forte pode demonstrar compaixão!

Amizade, Paciência e Compaixão. Leve isso todos os dias em sua vida e os três lobos em seu coração.