Compreender, respeitar e amar
Quando era menino vi minha mãe dizer que todos deviam ser livres,
Decidi libertar meu gato. De dentro do avião soltei o gato, ele voou, voou livre como um pássaro, mas não sabia voar, se espatifou no chão.
Então tive peixinhos, que não saiam debaixo d’água para respirar. Eu ia viajar, não podia deixa-los ali a morrer de fome. Já que não respiravam, enchi o aquário de ração.
Quando voltei estavam mortos. Foi quando descobri que respiravam, mesmo embaixo d’água.
Então foi ao zoológico e vi que cobras rastejam, pássaros voam, peixes nadam e cangurus pulam.
Enquanto o homem pula, corre, fala, voa e nada, ainda assim se late como um cão não sabe o que está dizendo ou se mia como um gato muito menos sabe o que quer dizer.
Foi aí que entendi que para entender o outro você precisa se interessar e participar da vida do outro. Sem interferir em como o outro faz, mas respeitando e compreendendo seu jeito de Ser.
Quando você não entende nem respeita o outro, você tenta fazer o gato voar e o peixe viver sem respirar. Você tira-lhes o chão ou os sufoca.
Foi aí que me deram um passarinho. Assim que peguei a gaiola, olhei para ele e abri a portinha. Ele me olhou e voou, voou bem alto, deu uma volta pousou num telhado e lá se foi ele. Livre.
Quando você liberta alguém da sua prisão, você liberta 2 pessoas. Você e a outra pessoa.
Hoje passarinhos voltam para comer na porta de casa. Sem gaiolas. Voltam todos os dias e até entram dentro de casa e nem se assustam mais, porque eles sabem que são livres.
Quando você liberta alguém, esse alguém não fica por ser quem você quer que a pessoa seja, mas por querer voltar.
Esse é o momento em que você descobre o que é compreender, respeitar e amar.