Ansiedade, depressão e tristeza – a dor do outro pode ajudar a curar a sua?
Você saberia responder: qual a diferença entre ansiedade, depressão e tristeza?
Existe uma diferença entre essas 3 que podemos entender sem maiores complexidades e de forma leiga. Mas, atenção: digo “de forma leiga” para simplificar a conversa, ok?
Importante: é necessário um especialista para fazer o diagnóstico correto, procure ajuda médica e psicológica!
Ansiedade: pensamento fixo no futuro, medo de que coisas ruins possam acontecer, normalmente vem com um aperto no peito e falta de ar.
Depressão: sentimentos negativos, de tristeza prolongada e de baixa autoestima praticamente constantes e, muitas vezes, sem motivo aparente.
Tristeza: algo que pode acontecer momentaneamente, mas logo passa e não volta mais.
Dito isso, também devo salientar que a depressão pode ser circunstancial. Ou seja, relacionada a um fato específico.
Além disso, a depressão possui diagnósticos que podem ser mais complexos e que envolvam não só circunstâncias como fatores ligados a outros males.
Nesta conversa vou focar apenas em 2 grupos de depressivos:
- Depressivos circunstanciais;
- Depressivos constantes — chamo de “constantes” apenas para poder transmitir o entendimento que esse grupo não apresenta motivo aparente ou único para a tristeza que nunca passa.
Além disso, pode-se considerar igual atenção no que diz respeito ao entendimento da ansiedade e seus fatores.
Aspectos positivos e negativos sobre o foco na dor alheia
Nesse ponto, é importante dizer que o ser humano tende a se sentir melhor quando alguém está em situação pior ou de maior sofrimento. Isso é quase instintivo em nós, por mais que sinta empatia ou compaixão.
Ponto Positivo
Há um aspecto positivo quando alguém que sofre de ansiedade, depressão ou mesmo uma tristeza, decide ajudar pessoas com suas próprias dores.
Isso pode causar uma sensação de “posso ser útil” e ajudar a pessoa a enxergar o próprio valor, assim como manter o foco em coisas positivas.
Nesse caso, quando isso acontece, mesmo que apareça alguém numa situação melhor, que aparenta ser mais feliz, isso se torna motivo de alegria e inspiração.
Ponto Negativo
É quando a pessoa depressiva, ansiosa ou triste começa a se alimentar da dor alheia.
Sabe quando você adora uma série e só quer assistir ela? Ou uma comida que você passaria o resto da vida comendo só aquilo?
Seria isso, mas com a dor de outras pessoas.
Nesse caso a pessoa escolhe só ficar perto de quem sofre mais que ela ou que está passando por situações mais difíceis.
Isso dura até o momento em que aparece alguém que aparenta estar bem melhor, com uma vida mais “feliz”. Aí, automaticamente, a pessoa com ansiedade, depressão e/ou tristeza, desaba.
Por que a pessoa desaba?
Porque ela escolheu estar em meio a pessoas que estejam em situação pior que a dela apenas para se sentir melhor.
Ou seja, não há, de fato, um viés positivo naquilo, mas apenas um forte desejo de ocultar a própria dor a partir da dor do outro.
Qualquer situação mais positiva que ofereça a possibilidade da pessoa entender que não irá atingir um lugar ou sensação parecida, é fato para a pessoa se ver novamente em meio às suas dores.
Lembre-se que essa sensação negativa diante de alguém que esteja melhor, não é inveja. Não se trata de querer aquilo que o outro tem ou aparenta ser. Se trata de se sentir inferior e voltar às velhas dores.
Conclusão
Se você é ou conhece alguém que sofra com ansiedade ou depressão, nesse contexto de manter o foco, o mais importante é entender onde esse foco é mais positivo e como as coisas podem melhorar a situação.
Nem sempre ajudar alguém ou focar na dor alheia vai resolver os desafios de alguém com depressão, ansiedade ou uma tristeza um pouco maior.
É necessário observar o próprio comportamento e ter muito carinho consigo para separar quais sensações e sentimentos estão ali.
Compreender as razões e priorizar aquilo que realmente faz bem!
Antes de ser bom com alguém é necessário praticar a bondade primeiro consigo, depois replicar a sua volta!